Polícia Militar se pronuncia sobre fuga de major da Academia da PM; policial cometeu duplo homicídio

A Polícia Militar de Alagoas emitiu uma nota, na tarde desta segunda-feira, 9, para dizer que a Corregedoria vai apurar as circunstâncias da fuga do major Pedro Silva, no último sábado, 7, da Academia da PM, em Maceió. O policial, que estava preso por violência doméstica contra a ex-companheira desde janeiro, conseguiu fugir, fez a família da mulher refém, matou o cunhado, o próprio filho e morreu em confronto com o Bope, no bairro do Prado.

O caso chocou a sociedade alagoana no fim de semana. O governador Paulo Dantas determinou a criação de uma comissão especial de delegados da Polícia Civil para investigar a fuga do major Pedro Silva da Academia da Polícia Militar. Veja o que diz a PM:

“NOTA À IMPRENSA – APURAÇÃO SOBRE FUGA DE CUSTODIADO DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

A Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) informa que:

Em consonância com a deliberação do governador Paulo Dantas, para abertura imediata de investigação do fato ocorrido no sábado (7), na Rua Manaus, no bairro do Prado, em Maceió, a Corregedoria da PM-AL irá apurar as circunstâncias da fuga do major da reserva Pedro Silva, custodiado na Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello. A portaria de instauração do inquérito será publicada em Boletim Geral Ostensivo nesta segunda-feira (9), por determinação do comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim.

A Polícia Militar reforça seu compromisso com a verdade e a justiça, garantindo que os fatos serão apurados com imparcialidade”.

Quem eram as vítimas

  • Pierre Victor Pereira Silva, de 10 anos, era filho do major. O menino era uma criança de energia contagiante e de sorriso fácil, como descreveu em nota de pesar o Centro Educacional Agostiniano de Palmeira dos Índios. 
  • Já o primo, Arrison Galvão, destacou que Pierre era uma criança bastante inteligente e que adorava jogar. “Era um menino inteligentíssimo, sabia falar inglês. Gostava muito de videogame, gostava de jogar, sabia todos os games e acompanhava todos os gamers. […] Era um menino muito carinhoso e afetivo”. 
  • Conhecido como sargento Galvão, Altamir Moura Galvão de Lima, pai de Arrison, tinha 61 anos e era sargento aposentado da Polícia Militar. Altamir também foi morto pelo major Pedro Silva dentro da residência da família.
  • Segundo Arrison, o pai era um homem íntegro e tentou defender a família do ataque. “Era um homem da paz, era muito amigável, não gostava de confusão, não gostava de problemas, ele os evitava. Inclusive, ele não gostava quando meu tio ia para lá, porque sabia desse perfil dele [de violência doméstica]. “

Histórico de violência doméstica

Arrison fez um relato de como era o comportamento do tio. Ele contesta a versão dada inicialmente pela polícia que Pedro estava em surto psicótico no momento em que sequestrou a família e reforçou o histórico de violência praticada pelo parente.

Major gravou vídeos dentro da Academia da PM, mesmo estando preso

Dias antes de fugir da Academia, o major da PM chegou a gravar dois vídeos no final do mês de maio negando as acusações de violência doméstica contra a ex-mulher.  

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