Agroterrorismo: chineses são acusados de levar fungo aos EUA

O fungo foi descoberto por agentes da alfândega em julho do ano passadoReprodução/NY Post

Um casal de cidadãos chineses foi acusado criminalmente nesta terça-feira (03) por tentar contrabandear para os Estados Unidos um fungo perigoso, capaz de destruir plantações e envenenar humanos e animais.

Zunyong Liu, de 34 anos, foi flagrado por agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA tentando entrar no país com o Fusarium graminearum, um patógeno biológico considerado “uma potencial arma de ‘agroterrorismo’”.

O caso aconteceu no Aeroporto Metropolitano de Detroit, no estado americano do Michigan, em julho do ano passado, segundo denúncia apresentada na corte federal nesta semana. As informações foram obtidas pelo NY Post.

Contrabando

Caso foi descoberto no aeroporto de Detroit, no MichiganReprodução/Detroit Metropolitan Airport Aerial

O homem chegou a dar declarações falsas sobre o motivo de sua viagem aos EUA e sobre seu conhecimento a respeito do patógeno, antes de confessar às autoridades que estava levando o fungo nocivo para sua namorada, Yunqing Jian, de 33 anos, pesquisadora de um laboratório da Universidade de Michigan.

Segundo o NY Post, a denúncia afirma que a mulher, Jian, recebeu “financiamento do governo chinês para seu trabalho” com o Fusarium graminearum na China, e que ela seria “membro fiel do Partido Comunista Chinês“. O homem, que tentou o contrabando, supostamente trabalha em uma universidade chinesa que também realiza pesquisas sobre o fungo.

Histórico de transporte ilegal

Durante um interrogatório do FBI, de acordo com o jornal americano, a pesquisadora chinesa negou saber que seu namorado pretendia contrabandear o fungo. A investigação concluiu que o casal discutiu as pesquisas e o envio de materiais biológicos antes da chegada de Liu a Detroit.

Ainda segundo a denúncia, há indícios de que Jian já tenha participado anteriormente do “contrabando de pacotes contendo material biológico para os Estados Unidos”.

Acusações na Justiça

A matéria afirma que o casal enfrenta acusações de conspiração, contrabando, declarações falsas e fraude de visto na Justiça dos EUA.

Para o procurador dos EUA, Jerome Gorgon Jr., as ações dos dois, incluindo a presença de uma pessoa associada ao Partido Comunista chinês, “representam sérias ameaças à segurança nacional”.

“Esses dois estrangeiros foram acusados de contrabandear um fungo descrito como ‘uma potencial arma de agroterrorismo’ para o coração dos Estados Unidos, onde aparentemente pretendiam utilizar um laboratório da Universidade de Michigan para avançar seu esquema”, completou.

O fungo

O Fusarium graminearum pode contaminar plantações de trigo, cevada, milho e arroz, causando uma doença conhecida como “giberela” ou “queima da espiga”, responsável por bilhões de dólares em perdas econômicas anuais no mundo todo, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.

As toxinas liberadas por ele podem provocar vômito, danos no fígado e problemas reprodutivos tanto em humanos quanto em animais, caso sejam ingeridas.

Em comunicado obtido pelo NY Post, a Universidade de Michigan afirmou que não recebeu “nenhum financiamento do governo chinês relacionado às pesquisas conduzidas pelos acusados” e que já está colaborando com as autoridades federais na investigação e no processo judicial.

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