Casarões abandonados: um perigo nas ruas de Niterói

Casarões abandonados viram ameaças cada vez maiores para quem circula pelas ruas de Niterói. No Centro, o comerciante Arlei da Silva, preocupado com o risco iminente de desabamento, tomou a iniciativa de isolar com faixas de segurança o entorno de um imóvel localizado na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Visconde de Uruguai.

Segundo Arlei, a construção está em estado avançado de deterioração por mais de três décadas. Também há denúncias de furtos no local.

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“Este imóvel está abandonado há mais de 30 anos. Ali morava uma senhora, e desde que ela faleceu, o casarão ficou assim. Estão furtando os ferros da estrutura. Os tijolos já caíram lá de cima. Eu mesmo comprei mais de 10 faixas para isolar a calçada e evitar que alguém se machuque, mas arrancam”, revelou o comerciante.

Ele continua dizendo que a Prefeitura de Niterói chegou enviar equipe ao local.

“A prefeitura até retirou uma árvore que estava crescendo dentro da casa, e a Defesa Civil isolou a área com fitas, mas, ainda assim, os pedestres passam por baixo”, alerta.

Casarão localizado na Rua Saldanha Marinho esquina com a Rua Visconde do Uruguai

Casarão localizado na Rua Saldanha Marinho esquina com a Rua Visconde do Uruguai


Casarão localizado na Rua Saldanha Marinho esquina com a Rua Visconde do Uruguai


|  Foto:
Lucas Alvarenga

Medo a cada esquina

Casarão localizado na Rua Visconde de Uruguai esquina com a Visconde de Itaboraí


Casarão localizado na Rua Visconde de Uruguai esquina com a Visconde de Itaboraí


|  Foto:
Lucas Alvarenga

O problema, no entanto, não se limita a este endereço. A apenas cerca de 220 metros dali, outro casarão abandonado na esquina das ruas Visconde de Itaboraí e Visconde de Uruguai também preocupa quem circula pela região.

“Esse casarão pegou fogo há um tempo. Está cheio de rachaduras, sem teto, e só abriga uma família de gatos agora. A gente teme que parte da estrutura desabe e atinja alguém”, relatou o vendedor Adriano dos Santos.

Na Zona Sul da cidade, a situação se repete. Na esquina das ruas Presidente Domiciano e Antônio Parreiras, um casarão tombado pelo Patrimônio Histórico segue abandonado desde 2022, após um incêndio que desalojou 18 famílias que ocupavam o imóvel há cerca de 30 anos. A estrutura, mesmo protegida por lei, permanece exposta ao risco de desabamento e degradação.

  • Imóvel exposto ao risco de desabamento e degradação

    Imóvel exposto ao risco de desabamento e degradação | Foto: Lucas Alvarenga
  • Imóvel exposto ao risco de desabamento e degradação

    Imóvel exposto ao risco de desabamento e degradação | Foto: Lucas Alvarenga
  • Imóvel exposto ao risco de desabamento e degradação

    Imóvel exposto ao risco de desabamento e degradação | Foto: Lucas Alvarenga

O que diz a lei

Vice-presidente da Comissão Permanente de Urbanismo, Obras, Serviços Públicos, Transportes e Trânsito da Câmara de Niterói, o vereador Daniel Marques (PL), explica as normas já estabelecidas para casos de casarões abandonados na cidade.

“Temos uma lei que permite a prefeitura entrar nas casas, fazer manejo, cortar mato, tirar água parada e depois cobrar o serviço no próprio IPTU. Quando a questão é infraestrutura, isso também já existe na lei. O código garante a intimação e o decreto 2021, inclusive, o perdimento da propriedade depois de processo administrativo. Se o proprietário ficar inerte, não tomar providência, ele pode até perder o imóvel, o município arrecada o imóvel”, conta.

O parlamentar também aponta possíveis falhas no trabalho da Secretaria Municipal de Urbanismo.

“Eu acho que o que falta a prefeitura realmente fazer, são os fiscais do Urbanismo saírem em campo para tomar essas providências. Está faltando mesmo o empenho do grupo para fazer as ações fiscais. Eu tenho cobrado isso também”, argumenta.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Niterói explicou que a intervenção em imóveis abandonados geralmente envolve denúncias, fiscalização e possíveis ações judiciais, dependendo da situação.

“Os três imóveis citados na demanda são de propriedade privada. Segundo a legislação vigente, a manutenção e conservação dos imóveis de interesse de preservação e tombados pelo Patrimônio Histórico cabe aos proprietários”, frisou.

Rio

No Rio, no mês de março deste ano, um homem de 38 anos, morador de Niterói morreu após o desabamento de um imóvel na Rua Senador Pompeu. Outro desabamento também foi registrado no mesmo mês, na mesma região, na Avenida Mem de Sá.

Após o fato, a Câmara Municipal do Rio analisa um Projeto de Lei Complementar (PLC) que autoriza a prefeitura a intervir em imóveis particulares com risco estrutural iminente.

A proposta, de autoria dos vereadores Carlo Caiado (PSD), Pedro Duarte (Novo) e Talita Galhardo (PSDB), foi debatida em Audiência Pública no dia 24 de abril, conduzida pela Comissão de Assuntos Urbanos, com a participação do Poder Executivo.

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