“Situação está sob controle, mas é hora de alerta máximo”, destaca presidente da CIDASC

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) informou que o Serviço Veterinário Oficial está investigando um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em uma ave silvestre da espécie quero-quero, no município de Garopaba, no litoral sul catarinense. Além disso, um segundo caso suspeito está sendo analisado em uma granja comercial de pintinhos em Ipumirim, no Oeste do Estado. Até o momento, não há previsão para a divulgação dos laudos laboratoriais.

A confirmação recente de um foco da doença em aves comerciais no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, acendeu o sinal de alerta em Santa Catarina, que emitiu alerta sanitário máximo para a avicultura comercial. O objetivo é reforçar as medidas de biosseguridade e intensificar a vigilância sanitária para evitar a disseminação do vírus.

Em entrevista ao Jornal da Guarujá, a presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), Celles Regina de Matos, tranquilizou os produtores rurais quanto à situação no estado. “Obrigada pelo espaço para falarmos e tranquilizarmos o nosso produtor rural no sentido de que a situação em Santa Catarina, e mesmo no Rio Grande do Sul, está sob controle”, afirmou.

Segundo ela, o alerta máximo é necessário porque, até o registro do foco no município gaúcho, nenhum caso havia sido detectado na avicultura comercial brasileira. “É importante a gente dizer: até hoje, até este foco em Montenegro, nenhum caso em avicultura comercial havia ocorrido no Brasil. Nós fomos o último país de grande produção de avicultura a ter um caso positivo de influenza aviária em produção comercial. É um momento importante, em que testamos nossos protocolos e planos de contingência”, explicou.

Sobre o caso investigado em Ipumirim, Celles destacou que a notificação ocorreu no último sábado, 17 de maio, após uma alta mortalidade de pintinhos em uma granja comercial. “Houve uma alta mortalidade, acima de 10%, e nenhum outro sintoma. A mortalidade cessou, o que é um bom sinal. Mas, por prudência, foi feita a coleta e o material enviado ao laboratório. Ainda aguardamos o resultado do laudo do Ministério da Agricultura”, informou.

Ela também comentou a situação em Garopaba, onde a infecção foi identificada em uma ave de vida livre. “A ocorrência foi em um quero-quero. Assim como em Chapecó, onde tivemos um caso em galinhas de subsistência criadas em quintal. Estamos divulgando com intensidade essas informações porque a educação sanitária é fundamental nesse momento.”

Segundo a presidente da CIDASC, o aumento das notificações em maio tem relação com o período de migração de aves silvestres vindas da Patagônia, que passam pela região Sul do Brasil em direção ao hemisfério Norte. “Maio é o mês que a gente sabe da migração das aves silvestres. Elas saem da Patagônia, onde começa a esfriar agora, e sobem para a América do Norte em busca de alimento. Com o sistema imunológico mais frágil, o vírus se ativa. Elas entram pelo Sul do Brasil, principalmente por Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por isso, esses estados são os primeiros a registrar ocorrências”, explicou.

Recomendações aos produtores

Celles reforçou a importância de seguir os protocolos de biosseguridade nas propriedades, tanto em granjas comerciais quanto em criações de subsistência. “Não deixe entrar no seu aviário pessoas que não precisam estar lá. A troca de calçados é fundamental. As fezes das aves de vida livre são uma das principais formas de contaminação. Não permita que aves comerciais ou de subsistência tenham contato com aves silvestres. Proteja a água e a ração dos animais”, orientou.

A presidente também fez um alerta à população urbana. “Se encontrar aves de vida livre ou outras aves doentes ou mortas, não toque. Chame a CIDASC. A partir de 10% de mortalidade, tanto em aves comerciais quanto em criações de fundo de quintal, já é sinal de alerta. Existe uma baixa chance de transmissão para humanos, mas ela existe. Então deixe que a equipe técnica faça a remoção com os equipamentos de proteção necessários.”

Por fim, Celles reiterou que não há, até o momento, casos confirmados de Influenza Aviária em granjas comerciais em Santa Catarina, e que o Estado segue vigilante. “Estamos reforçando a comunicação com os produtores, com a população e com os meios de imprensa porque esse é o momento de máxima atenção. Mas com todos atentos, informados e colaborando, temos segurança de que vamos atravessar essa situação com responsabilidade e controle”, concluiu.

Confira entrevista completa

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