Unico: fundador volta, Chaia sai

Mudança de comando na Unico, a maior empresa brasileira no nicho de identidade digital: sai Sérgio Chaia, executivo de alto calibre anunciado em fevereiro do ano passado para a posição de CEO, e volta o fundador, Diego Martins, que vinha atuando como CTO. 

Chaia agora está no conselho de administração, focado na Unico Skill, spin-off na área de educação. 

O comando da operação brasileira ficou com Guilherme Ribenboim, ex-VP do Twitter (hoje X) e da Meta, já há mais de dois anos na Unico.

Ribenboim explicou as alterações para a Bloomberg, destacando que Martins estava cuidando de um novo produto importante, o Unico IDCloud, lançado nesta semana, e que as mudanças são um “processo natural”. 

“Na hora em que essa plataforma começa a amadurecer é natural que o Diego comece a olhar a empresa novamente de forma mais holística, como CEO”, afirmou Ribenboim ao site de economia.

Chaia é um peso pesado, tendo sido CEO de empresas como Nextel e Sodexo, além de ter sido vice-presidente da Symantec para a América Latina.

Antes de assumir o cargo de CEO, ele atuou como advisor por oito anos na Unico e a sua nomeação na época também foi descrita como um processo natural. 

(O dia que uma empresa disser que uma mudança desse calibre não foi uma “processo natural”, mas sim uma ideia de última hora, esse repórter terá oficialmente visto de tudo e pode se aposentar em paz).

Chaia deixa uma marca importante: fundada em 2007, a Unico encerrou 2024 com seu primeiro Ebitda positivo, o que significa que a companhia gera caixa (fature mais que custos operacionais de salários, aluguel e outros), ainda que não necessariamente gere lucro (o que significaria faturar mais do que os custos operacionais, mais impostos, juros de dívidas e depreciação de ativos).

É preciso destacar que o novo produto no qual Martins estava envolvido parece ser realmente um salto de qualidade para a Unico. 

O Unico IDCloud One unifica funcionalidades de diferentes produtos da empresa como coleta de biometria, validação de documentos e análise de comportamento, antes dispersas em diferentes produtos. A promessa é fazer implementações em poucos dias, no lugar de meses. 

Atualmente, a Unico atende mais de 800 empresas, incluindo nomes como Havan, Magazine Luiza, Banco Neon e Vivo, além de uma penca de bancos e fintechs que não autorizam a divulgação dos seus nomes. 

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