Hospital de Niterói faz cirurgia plástica infantil de graça

Referência no atendimento de crianças e adolescentes, o Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, no bairro Fonseca, na Zona Norte de Niterói, é conhecido pelas cirurgias plásticas reparadoras feitas de graça em pacientes de 0 a 15 anos. Os procedimentos tratam deformações de nascença ou problemas adquiridos, que podem atrapalhar a vida escolar, social e até o crescimento das crianças.

O serviço começou na década de 1960, quando o hospital atendeu vítimas do incêndio do Gran Circo Norte-Americano, que deixou 503 mortos e mais de 800 feridos, a maioria crianças. Desde então, o hospital virou um dos únicos da região com atendimento gratuito de cirurgia plástica infantil.

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O Getulinho foi municipalizado em 1992. Mesmo sendo o único hospital infantil para Niterói, São Gonçalo e arredores, teve a emergência fechada em 2011 por falta de estrutura. A reabertura aconteceu em 2013, no primeiro mandato do então prefeito Rodrigo Neves. Três anos depois, foi inaugurado o novo centro cirúrgico.

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Já foram atendidas 1 milhão de crianças nesses 12 anos de reabertura da emergência do Hospital Getulinho. Depois de reabrir, construímos a nova emergência do hospital, que está linda e que não deixa nada a desejar a nenhuma clínica privada. Aliás, é melhor do que muita clínica privada porque atende com dignidade o nosso povo


Rodrigo Neves
Prefeito de Niterói

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Hoje, 70% dos atendimentos são de moradores de Niterói, 20% de São Gonçalo e os outros 10% de Itaboraí, Tanguá, Silva Jardim, Maricá e Rio Bonito. Só neste ano, entre janeiro e abril, 78 procedimentos foram realizados. Em 2024, foram 133 ao todo.

Entre as cirurgias mais feitas estão as de orelha de abano, freio de língua, dedos grudados e dedos a mais. Também são feitos procedimentos para tratar queimaduras, queloides e ginecomastia (crescimento das mamas em meninos adolescentes).

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Quanto mais cedo os pais buscarem resolver esses problemas é melhor para o desenvolvimento da criança e do adolescente Após o procedimento, os pacientes seguem sendo acompanhados no ambulatório e a gente observa que eles ganham qualidade de vida e passam a fazer coisas que não faziam antes


Olímpio Peçanha
Cirurgião plástico

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As consultas são feitas com equipe multidisciplinar e também contam com psicólogo para ajudar na autoestima dos pacientes. O encaminhamento é feito pelo pediatra da rede municipal de saúde, que avalia a necessidade da cirurgia.

O cirurgião José Augusto Peçanha explica que o ideal é que a cirurgia seja feita o quanto antes, para evitar que a criança sofra com bullying na escola.

Karina Barbosa levou seu filho Hugo Henrique, de 10 anos, para fazer a cirurgia de orelha de abano após sofrer bullying na escola


Karina Barbosa levou seu filho Hugo Henrique, de 10 anos, para fazer a cirurgia de orelha de abano após sofrer bullying na escola


|  Foto:
Divulgação / Prefeirtura de Niterói

O estudante Hugo Henrique Mello da Silva, de 10 anos, decidiu fazer a cirurgia de orelha de abano após sofrer com brincadeiras dos colegas. “Foi ele mesmo que quis fazer a cirurgia, mas sentiu medo na primeira vez e hoje estamos aqui novamente para resolver”, contou a mãe, Karina Barbosa da Silva. “Eu achei que a marcação dessa cirurgia fosse demorar, mas foi tudo muito rápido e já estamos aqui”.

Já a manicure Analice de Oliveira Moreira levou o filho, Wanderson José, de 5 anos, para retirar um dedo a mais na mão direita. “Ele fez os exames de sangue e todos os procedimentos e marcaram essa cirurgia. Então ele vai retirar um dedo a mais na mão e já deu tudo certo. Daqui a pouco ele terá alta”.

Além das cirurgias de rotina, o hospital criou em 2024 o Projeto Bem-Te-Vi, um mutirão que atendeu cerca de 600 crianças com cirurgias e tratamentos de pele. A ação envolveu cirurgiões, dermatologistas e psicólogos, e foi voltada para ajudar crianças e adolescentes a lidarem com questões ligadas à aparência.

O Getulinho foi inaugurado em 29 de setembro de 1954 e é considerado o primeiro hospital infantil do Estado do Rio. O nome é uma homenagem ao filho do ex-presidente Getúlio Vargas, que morreu jovem, aos 23 anos, por conta da paralisia infantil.

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