AURESC propõe terceira via emergencial para o Morro dos Cavalos e defende que debate sobre soluções definitivas continue

Enquanto seguem os debates sobre qual solução definitiva será adotada para o trecho do Morro dos Cavalos, na BR-101, entre a construção de um túnel ou um novo contorno viário, uma nova alternativa foi apresentada. A Associação dos Usuários das Rodovias de Santa Catarina (AURESC) propõe uma terceira via, com caráter emergencial e temporário, para garantir a fluidez do tráfego em situações de bloqueio.

Em entrevista ao Jornal da Guarujá, Eduardo Volante, economista e responsável pela AURESC nas tratativas sobre o Morro dos Cavalos, explicou que a ideia não busca invalidar os projetos em discussão, mas sim oferecer uma alternativa possível enquanto as soluções definitivas não saem do papel.

“A AURESC não quer invalidar a discussão de proposta de solução nenhuma. A gente acha que essas soluções definitivas precisam ser conversadas, discutidas pela sociedade, pelas autoridades”, afirmou Volante.

A proposta da AURESC é utilizar a faixa costeira do litoral da Palhoça, partindo do Rio Maciambu, passando pelas praias da Araçatuba e Pedras Altas, e requalificando as ruas da região de Enseada do Brito até a conexão com a BR-101. A ideia é que essa rota sirva como alternativa apenas em momentos de bloqueio total da rodovia.

“A sugestão é essa: fazer o contorno pelo Rio Maciambu, de forma costeira, pela praia da Araçatuba, praia de Pedras Altas, Isso aí, não como  caráter definitivo, precisa ser usado em emergência, para a gente poder escoar o trânsito por ali, com controle, com respeito à comunidade local, às especificidades da região”, detalhou.

Para Volante, a proposta pode ser viável do ponto de vista ambiental e logístico, pois envolve menos interferência em áreas sensíveis. Ele argumenta que as propostas já existentes, como o túnel e o contorno proposto pelo governo do Estado, enfrentam entraves complexos — entre eles, a sobreposição entre território indígena e parque estadual.

“Todo mundo olha pro lado esquerdo, contornar o morro por trás, e a gente tá lidando com o Parque da Serra do Tabuleiro. Segundo engenheiros que eu conversei, é um lugar com muita instabilidade no terreno, então são custos muito altos. Além disso, sobrepõe um parque estadual e uma área indígena.”

Volante ainda destacou o impacto regional e nacional da rodovia, e os prejuízos gerados quando há bloqueios no trecho do Morro dos Cavalos.

“Essa transposição não impacta só a Grande Florianópolis. Impacta todo o Sul do Estado, e em questões logísticas até o Mercosul. A gente está falando de regiões do Uruguai que co-produzem com a gente. Quando acontece um acidente ali, a volta possível é por estrada com 250 km a mais de trajeto. Isso é inviável.”

A proposta ainda está em fase de apresentação à sociedade e aos órgãos públicos, e a AURESC se propõe a colaborar com os estudos necessários.

“A gente não vem aqui pra dar a pedra de salvação, pra ser o dono da verdade, nem travar nada. A gente vem pra abrir uma solução. É uma ideia prática, que parte do que já existe, para fazer algo acontecer de forma mais rápida”, finalizou.

Confira entrevista completa

0

0

Adicionar aos favoritos o Link permanente.