Santa Catarina registra 14 mortes por meningite em 2025 e acende alerta para vacinação

Santa Catarina vem apresentando oscilações no número de casos confirmados de meningite nos últimos anos. De 2021 a 2023, o estado registrou um aumento de 177% nos diagnósticos da doença, com 358 casos em 2021, 573 em 2022 e 993 em 2023. Já em 2024, houve uma queda para 762 confirmações. No primeiro quadrimestre de 2025, foram registrados 180 casos.

Diante dos números, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância da vacinação infantil contra os diferentes tipos de meningite. As vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e integram o Calendário Básico de Vacinação, protegendo contra meningite por tuberculose, pneumocócica, meningocócica e por hemófilos.

Em 2025, o estado já registrou 14 óbitos por meningite, o que representa uma taxa de letalidade de 7,7%. As formas mais letais foram a meningite por tuberculose e por hemófilos (33% cada), seguidas pela meningite pneumocócica (30%). Os dados constam no Informe Epidemiológico das Meningites, publicado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SES). Casos da doença foram registrados em 56 municípios catarinenses, com maior concentração na região litorânea. Os destaques são Joinville, Itajaí e Florianópolis. Também houve registros expressivos em Navegantes, São José, Balneário Camboriú, Chapecó e Palhoça.

“A maneira mais eficaz de prevenção da meningite é por meio da vacinação. Diversas formas de meningite, especialmente as causadas por bactérias perigosas como o meningococo, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo B (Hib), podem ser evitadas com vacinas específicas e seguras, disponíveis gratuitamente no calendário nacional de vacinação. Além da vacinação, é importante manter boas práticas de higiene, como lavar as mãos com frequência e evitar compartilhar objetos pessoais que entrem em contato com a boca ou secreções respiratórias”, destaca João Augusto Fuck, diretor da DIVE.

Faixas etárias mais vulneráveis

Crianças menores de cinco anos e idosos acima de 60 anos estão entre os grupos mais suscetíveis à doença. A maior ocorrência foi registrada em crianças de até 4 anos, com taxa de incidência de 7,7%. Crianças entre 5 e 9 anos representaram 4% dos casos.

Entre os adultos, 49% dos registros estão concentrados em pessoas com idade entre 20 e 64 anos, embora com taxas de incidência menores, variando entre 2,3% e 1,6%. A faixa etária de 65 a 79 anos correspondeu a 7,2% dos casos.

O que é meningite

A meningite é uma inflamação das membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal (meninges) e pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou agentes não infecciosos. As formas virais e bacterianas são as mais relevantes para a saúde pública, devido à facilidade de transmissão e ao risco de surtos.

“Aqui no estado, as meningites mais frequentes são por vírus, que têm menor gravidade do que as bacterianas. Os sinais e sintomas variam conforme a idade. Crianças maiores costumam apresentar dor de cabeça, febre e vômitos. Já as menores têm sintomas mais inespecíficos, como sonolência, irritabilidade e recusa de alimentação. Mas, em todos os casos, a febre alta é o principal sinal. Na presença desses sintomas, os pais devem buscar atendimento médico para diagnóstico e tratamento precoce”, alerta a infectologista Dra. Sônia Faria, do Hospital Infantil Joana de Gusmão.

Principais sintomas da meningite:

  • Febre alta repentina
  • Dor de cabeça intensa
  • Rigidez no pescoço
  • Náuseas e vômitos
  • Sensibilidade à luz
  • Confusão mental ou sonolência
  • Convulsões (em casos mais graves)
  • Manchas roxas na pele (mais comum em meningite meningocócica)
  • Em bebês: choro constante, moleira inchada e recusa de alimentação

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