Rivian aposta em carros elétricos “anti-Tesla” e recebe R$ 680 milhões

A Rivian, startup americana que desafia a Tesla no setor de carros elétricos, anunciou um novo investimento de R$ 680 milhões para ampliar sua produção nos Estados Unidos. A empresa quer se consolidar como a alternativa pragmática e sem polêmicas no concorrido mercado de veículos sustentáveis.

Fundada em 2009 por RJ Scaringe, engenheiro formado pelo MIT, a Rivian desenvolve SUVs e picapes com foco em usabilidade e resistência. Diferente do “futurismo” promovido por Elon Musk, a proposta da Rivian aposta em funcionalidade, bom design e preços mais acessíveis.

Divulgação/Rivian

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Um investimento bilionário para crescer com os pés no chão

O novo investimento de 120 milhões de dólares (aproximadamente R$ 680 milhões) será aplicado na construção de um parque de fornecedores no estado de Illinois. A medida faz parte da estratégia de reestruturação da Rivian, que também transferiu para o estado a produção do seu modelo R2, inicialmente prevista para acontecer na Geórgia.

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A decisão não foi apenas industrial, mas também política: o estado de Illinois ofereceu um pacote de incentivos de US$ 827 milhões. Segundo Scaringe, o objetivo é simples: “Entregar carros que o consumidor quer, com preço acessível, design único e sem promessas de carro autônomo que nunca chegam.”

R2: o SUV elétrico que quer ser acessível e robusto

A produção do SUV R2, modelo de entrada da marca, deve começar no primeiro semestre de 2026, na antiga fábrica da Mitsubishi. O R2 terá como missão atrair um público mais amplo, mantendo o DNA robusto da Rivian.

A expectativa é que esse modelo popularize a marca entre motoristas que priorizam praticidade e sustentabilidade. “Nosso objetivo é ser a escolha de quem cansou da conversa e só quer um bom carro”, afirmou Scaringe em entrevista à Bloomberg.

Uma comunidade fiel, sem robô-táxi nem culto à personalidade

Enquanto Elon Musk vira manchete por suas declarações polêmicas, a Rivian conquista consumidores que preferem silêncio e consistência. Fãs da marca trocam dicas sobre equipamentos off-road e acampamentos, longe do universo de memes e promessas futuristas.

Chris Hilbert, ex-dono de um Tesla Model X, trocou seu carro por um Rivian R1S e não se arrepende. “A Rivian é o oposto da Tesla. O carro é bom, entrega o que promete e a comunidade é saudável. Ninguém aqui está investindo em ações, estamos só curtindo dirigir.

Os desafios ainda são grandes — e caros

Apesar do sucesso entre consumidores fiéis, a Rivian ainda não se tornou lucrativa. Em 2022, a empresa registrou prejuízo de US$ 6,8 bilhões e enfrentou três rodadas de demissões. Um dos principais problemas foi o custo de produção: o desejo de fazer o “carro perfeito” encareceu o processo.

Agora, a empresa aposta na eficiência. “Nosso custo por veículo era inviável. Agora estamos redesenhando tudo para produzir mais com menos”, explicou Scaringe.

Outro diferencial é o desenvolvimento interno de software. A Rivian não utiliza sistemas de terceiros: ela mesma projeta os computadores e softwares embarcados de seus veículos.

Parceria com a Volkswagen pode render bilhões

Essa capacidade tecnológica chamou a atenção da Volkswagen, que fechou uma parceria com a Rivian no ano passado. O acordo pode render até US$ 5 bilhões à startup e abrir portas para um novo modelo de negócios baseado em licenciamento de software automotivo.

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Esse tipo de colaboração pode ser crucial para a expansão da Rivian, especialmente em um mercado onde o software é cada vez mais decisivo na experiência de uso.

Entre incentivos e obstáculos políticos

A mudança da fábrica para Illinois também teve repercussões políticas. O adiamento do projeto anterior na Geórgia foi criticado por autoridades locais. Além disso, a empresa evita a sindicalização, o que pode complicar seu acesso a fundos federais previstos na Lei de Redução da Inflação.

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Mesmo assim, a Rivian mantém o foco em crescer com responsabilidade, sem apelar para a figura de um CEO celebridade. “Queremos construir uma marca de confiança, não um culto à personalidade”, reforça Scaringe.

De startup promissora a referência alternativa à Tesla

A trajetória da Rivian começou com o nome Mainstream Motors e a ideia de um SUV elétrico esportivo. Após ajustes, a empresa passou a focar em picapes e utilitários para quem ama natureza, trilhas e aventuras.

Em 2018, os protótipos dos modelos R1T e R1S ganharam atenção da Amazon — que encomendou 100 mil vans de entrega — e da Ford, que investiu US$ 500 milhões.

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O IPO da Rivian, em 2021, chegou a superar montadoras tradicionais em valor de mercado, mas a euforia deu lugar a cortes e reestruturação. Ainda assim, o R1S terminou 2023 como o SUV elétrico mais vendido na sua faixa de preço nos Estados Unidos.

RJ Scaringe, natural da Flórida, segue liderando a empresa com a missão de criar carros que respeitem o planeta. E agora, com mais R$ 680 milhões em caixa, está um passo mais próximo de cumprir essa promessa.

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Fonte: Exame

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