Focus: mercado reduz projeções para Selic, IPCA e câmbio em 2025

O mercado financeiro revisou para baixo suas estimativas para a taxa básica de juros, a inflação e o câmbio em 2025, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Banco Central. A mediana das projeções para a Selic caiu de 15,00% para 14,75% ao ano, sinalizando uma expectativa de menor aperto monetário neste ciclo.

A projeção para o IPCA de 2025 recuou de 5,55% para 5,53%, embora ainda acima do centro da meta de 3%. Para o câmbio, a expectativa também foi levemente reduzida: de R$ 5,90 para R$ 5,86 por dólar.

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Apesar da redução nas projeções de inflação para este ano, o mercado manteve a expectativa de 4,51% para 2026 e 4,00% para 2027, segundo o relatório Focus. Já para 2028, houve uma pequena elevação de 3,78% para 3,80%, sinalizando um cenário de inflação estruturalmente mais resistente no longo prazo.

No caso dos preços administrados, a estimativa para 2025 também recuou, passando de 4,75% para 4,63%. Para 2026 e 2027, os números permaneceram estáveis em 4,28% e 4,00%, respectivamente. Em 2028, a projeção subiu de 3,90% para 3,95%.

Já o IGP-M, indicador mais sensível às oscilações do dólar e preços de atacado, subiu de 4,84% para 4,98% em 2025. Para 2026, caiu de 4,59% para 4,52%, permanecendo em 4,00% nos anos seguintes.

A expectativa de crescimento da economia brasileira permaneceu estável em 2,00% para 2025, mesma projeção mantida para 2027 e 2028. Para 2026, o mercado também manteve a previsão de alta de 1,70% no Produto Interno Bruto (PIB). A projeção para 2028 está congelada em 2,00% há 60 semanas consecutivas.

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O Boletim Focus também trouxe que o dólar teve leve revisão para baixo em todas as projeções até 2027. Para 2025, a mediana caiu de R$ 5,90 para R$ 5,86. Em 2026, passou de R$ 5,95 para R$ 5,91, enquanto em 2027 foi ajustada de R$ 5,86 para R$ 5,85. Para 2028, a previsão segue inalterada em R$ 5,85.

O corte de 0,25 ponto percentual na estimativa da Selic em 2025, de 15,00% para 14,75%, reflete uma leve melhora nas expectativas de inflação e pode indicar que parte do mercado já considera menos pressão por parte do Banco Central no cenário atual.

Para os anos seguintes, as projeções seguem estáveis: 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028 — esse último patamar está inalterado há 19 semanas.

Opinião

Para o economista Maykon Douglas, o mercado vem ajustando suas projeções diante de um cenário externo mais favorável, com dólar mais fraco e queda nas commodities, o que contribui para aliviar os preços ao produtor e, consequentemente, reduzir as expectativas para os preços administrados. Ainda assim, ele avalia que o Banco Central não deve encerrar o ciclo de aperto monetário na reunião desta semana.

“Mesmo com fatores desinflacionários no radar, o Copom precisa lidar com o que é concreto: mercado de trabalho aquecido, expectativas desancoradas e inflação subjacente sem sinais claros de alívio”, afirma. Maykon projeta que a Selic terminará o ano em 15,25% ao ano, acima da mediana do Focus, e defende que a comunicação da autoridade monetária mantenha as portas abertas para um eventual ajuste adicional. Para a reunião desta semana, Douglas avalia que “a composição desse resultado varia: alguns esperam que o aumento de 50 bps, (para ele, a expectativa é que seja em decisão unânime).

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