Portuguesa condenada por racismo contra filhos de Gagliasso

A Justiça de Portugal condenou Adélia Barros, por racismo contra Titi,  de 11 anos, e Bless, de 9, filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, durante uma viagem da família ao país em 2022. O casal se pronunciou publicamente sobre a decisão nesta sexta-feira (15), em publicação nas redes sociais. A condenação é um marco importante na luta contra o racismo, conforme destacaram os artistas.

“Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para que lembremos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal”, escreveram os dois em legenda compartilhada no Instagram.

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A declaração foi dada no contexto de uma celebração pela condenação, enquanto o casal lembrou da importância do mês de novembro, voltado para a reflexão sobre a consciência racial e a escravidão.

Ao refletirem sobre a vitória, Ewbank e Gagliasso ressaltaram a visibilidade que têm como figuras públicas brancas.

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Sabemos que essa vitória acontece por termos visibilidade e por sermos brancos. Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar – principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta. É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude.


Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso
Artistas

Aspas da citação

O caso remonta a 30 de julho de 2022, quando a família estava de férias na Costa da Caparica, em Portugal. A condenação de Adélia Barros se soma à de outros casos notáveis de racismo, como o da influenciadora brasileira Dayane Alcântara, que em agosto de 2022 foi sentenciada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a 8 anos e 9 meses de prisão por racismo contra Titi.

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Uma publicação compartilhada por Giovanna Ewbank (@gioewbank)

“A mulher que agrediu nossos filhos – que são crianças – foi condenada a oito meses de prisão”, disseram, sublinhando a importância histórica da decisão. “Esta é a primeira vez que a lei portuguesa condena uma pessoa em consequência do racismo”.

O tribunal de Almada determinou que Adélia Barros cumpra a pena de prisão, que poderá ser cumprida em liberdade, desde que não cometa outro crime nos próximos quatro anos.

Além disso, ela foi condenada a pagar uma indenização de 14 mil euros (aproximadamente R$ 85 mil) aos filhos de Ewbank e Gagliasso, além de 2.500 euros (cerca de R$ 15 mil) à associação SOS Racismo. A condenada também deverá se submeter a tratamento para alcoolismo.

Em sua publicação, o casal também expressou gratidão pela comoção pública que o caso gerou.

“Mais uma vez estamos emocionados, mais uma vez agradecemos a comoção pública e a imprensa brasileira e de nossos amigos portugueses”, finalizaram. Eles reforçaram a necessidade de continuar vigilantes na luta contra o racismo, que, segundo afirmaram, “segue diminuindo, ferindo, matando”.

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