O porta-aviões britânico HMS Prince of Wales iniciará seu desdobramento para o Indo-Pacífico no final de abril

Através de uma comunicação oficial emitida ontem, o Ministério da Defesa britânico confirmou que o porta-aviões HMS Prince of Wales iniciará seu desdobramento de Portsmouth para o Indo-Pacífico no final deste mês, em uma travessia que buscará ampliar os laços de cooperação militar e comercial com vários aliados da região. Particularmente, o navio se juntará ao seu Grupo de Ataque nas costas da Cornualha e, a partir daí, seguirá para o Mediterrâneo para realizar exercícios prévios com aliados europeus.

Recogendo algumas declarações do Secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey: “Esta é uma oportunidade única para o Reino Unido operar em estreita coordenação com nossos parceiros e aliados em um desdobramento que não só demonstra nosso compromisso com a segurança e a estabilidade, mas também oferece uma oportunidade para fortalecer nossa própria economia e impulsionar o comércio e as exportações britânicas.”

Aprofundando-se em algumas particularidades da operação, que é oficialmente denominada Highmast, destaca-se que envolverá cerca de 4.000 efetivos britânicos das três forças (aproximadamente 2.500 da Royal Navy, 900 do Exército Britânico e 592 da Royal Air Force) por um período de oito meses. Descrevendo os meios do país que participarão, destaca-se a participação de até 24 caças furtivos F-35B e dos novos drones de carga Malloy T-150 para voos de reabastecimento entre os navios, além do destróier Tipo 45 HMS Dauntless, a fragata Tipo 23 HMS Richmond, um submarino da classe Astute e o navio RFA Tidespring.

Além disso, também se juntarão elementos do Canadá, Espanha e Noruega, para apoiar a missão liderada pelo HMS Prince of Wales. No primeiro desses casos, será disponibilizada a fragata classe Halifax HMCS Ville de Quebec (FFH 332), enquanto a Marinha Espanhola enviaria a fragata Méndez Núñez (F-104) da classe Álvaro de Bazán; do país nórdico, chegariam os navios HNoMS Roald Amundsen e HNoMS Maud.

Durante a mencionada etapa de exercícios no Mediterrâneo, o comunicado publicado de Londres afirma que o grupo será colocado sob o comando da OTAN e participará das atividades dos exercícios Neptune Strike, os quais testarão suas capacidades de ataque marítimo de alta gama. Posteriormente, espera-se que os navios atravessem o Canal de Suez e o Mar Vermelho em direção ao Índico, sem que se saiba, por ora, se serão envolvidos nas operações lideradas pelos EUA contra os rebeldes hutíes no Iémen, que frequentemente atacam mercantes e escoltas nas águas próximas ao país.

Uma vez no Indo-Pacífico, o porta-aviões britânico e sua escolta realizarão uma série importante de exercícios e visitas a portos de diferentes parceiros regionais do Reino Unido, incluindo a Índia, Singapura e Malásia. Em datas posteriores, prevê-se que o grupo participe do Exercício Talismã nas costas da Austrália, onde poderá aproveitar a oportunidade de trabalhar com efetivos de mais de 19 nações. Finalmente, será feito um passe perto das águas japonesas, onde buscarão treinar com elementos das Forças Marítimas de Autodefesa.

Para o Ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, o desdobramento de “(…) nosso Grupo de Ataque de Porta-aviões e 4.000 efetivos de serviço representa nossa firmeza ao lado de nossos aliados contra aqueles que desafiam a ordem internacional. Lembrando ao mundo que a segurança da região euroatlântica e do Indo-Pacífico é fundamentalmente indivisível. Não se trata apenas de poder duro; trata-se de gerar influência e abrir novas oportunidades comerciais tanto para a defesa quanto para outros setores da nossa economia, que gerarão emprego e crescimento para a Grã-Bretanha.”

*Imagens utilizadas apenas a título ilustrativo.

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