Natura mapeia Amazônia com drones

A Natura contratou a Bioverse, startup brasileira de sensoriamento remoto, para realizar o maior inventário florestal já feito no Brasil, a partir do uso de drones com inteligência artificial embarcada da Xmobots

O projeto, financiado pela Finep, visa ampliar as cadeias produtivas da Natura na Amazônia. O valor do investimento não foi revelado.

Parte do intuito, é coletar dados-chave para projetos de conservação e recuperação florestal, como mensuração de estoques de carbono, saudabilidade das espécies e potenciais produtivos e econômicos da floresta conservada.

Diante da criação de uma plataforma de aerolevantamento, treinada especificamente para reconhecer espécies amazônicas de interesse econômico e ecológico, a solução da Bioverse também é capaz de classificar diferentes usos da terra. 

Para alcançar esse nível de precisão, foram analisadas milhares de imagens captadas durante sobrevoos realizados pela empresa em diferentes regiões da Amazônia. 

“O resultado é um sistema capaz de realizar levantamentos com resolução até dez vezes superior à disponível em imagens de satélites comerciais tradicionais, porém com um custo operacional reduzido”, afirma Francisco D’Elia, diretor-executivo da Bioverse.

A startup criou ferramentas digitais acessíveis por dispositivos móveis voltadas especialmente para extrativistas e cooperativas locais. 

A ideia é dar às comunidades amazônicas acesso direto aos dados coletados, facilitando o planejamento da produção agroflorestal e o gerenciamento mais preciso das áreas produtivas.

Até o momento, o estudo mapeou e coletou, em apenas seis meses, dados de 60 mil hectares no Pará, área que equivale a aproximadamente 100 mil campos de futebol. Pelos métodos convencionais, um inventário deste porte levaria mais de duas décadas. 

O trabalho também foi feito com o auxílio de 70 famílias das comunidades dos municípios de Abaetetuba e Irituia, das quais, algumas, foram contratadas e capacitadas para operar os equipamentos usados. 

“Projetos como esse promovem um impacto ambiental, mas também social, a partir do momento em que são capacitadas as comunidades locais com inovação e tecnologia para que possam fazer uso sustentável dos recursos da Amazônia e prosperarem em seus negócios”, afirma Rômulo Zamberlan, diretor de pesquisa avançada da Natura. 

A Natura &Co reúne as marcas Natura, fundada em 1969, e Avon, comprada pela brasileira em 2019. Juntas, elas somam mais de 200 milhões de clientes, quase 7 milhões de consultoras e representantes, 900 lojas e franquias e 22 mil colaboradores.

No mercado desde 2018, a Bioverse ​é uma empresa brasileira de inteligência florestal que utiliza tecnologias avançadas, como drones, imagens de satélite de alta resolução e inteligência artificial, para maximizar o valor das florestas em pé e promover a bioeconomia. 

Hoje, a startup tem operações na Bacia Amazônica e colabora com parceiros privados, públicos e organizações sem fins lucrativos para conduzir avaliações de biodiversidade, desenvolver projetos de bioeconomia e monitorar soluções baseadas na natureza. ​

Fundada em 2007 em São Carlos, interior de São Paulo, a XMobots é a décima quarta maior empresa de drones civis do mundo, segundo a Drone Industry Insights, consultoria global referência em pesquisas sobre esse setor.

A companhia é especializada no desenvolvimento e fabricação de drones de decolagem e aterragem vertical (VTOL, na sigla em inglês) de alto desempenho e de tecnologias correlatas, como sensores multiespectrais e plataformas provedoras de serviços com drones, entre outras.

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