Recuperação Judicial em massa: cenário desafia até as empresas eficientes” diz economista

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O número de empresas que recorreram à recuperação judicial no Brasil disparou em 2024 e já preocupa o mercado em 2025. Segundo dados da Serasa Experian, 2.273 companhias pediram proteção judicial no ano passado — um salto de 61,8% em relação a 2023, marcando o maior volume da série histórica iniciada em 2006.

Na B3, 21 empresas listadas estão atualmente em recuperação judicial. Entre os casos mais emblemáticos estão Americanas (AMER3), Oi (OIBR3), Gol (GOLL4), Light (LIGT3) e AgroGalaxy (AGXY3). Dessas, oito iniciaram o processo em 2024 ou já em 2025, como é o caso da Bombril (BOBR4), que deu entrada no pedido em fevereiro deste ano.

Cenário macro desafia empresas alavancadas

De acordo com Alex André, economista consultado pela BM&C News, o avanço da inadimplência e dos pedidos de recuperação judicial tem origem principalmente no ambiente macroeconômico adverso. Segundo ele, empresas com alto grau de alavancagem — ou seja, com grande volume de dívidas em relação ao lucro operacional (EBITDA) — são as mais vulneráveis.

Cada vez mais, as empresas que possuem alta alavancagem estão enfrentando dificuldades à medida que a Selic sobe. Com a inflação persistente, o Banco Central adota uma política monetária mais restritiva, elevando os juros. Isso encarece o custo da dívida e corrói o caixa das companhias”, explica o economista.

Segundo Alex, o macro pesa mais do que o micro neste momento: “O cenário desafiador afeta mesmo as empresas eficientes. Aquelas que não conseguem manter margens saudáveis acabam sendo levadas a buscar a recuperação judicial como alternativa.”

B3: lista de empresas em Recuperação Judicial cresce

O levantamento da B3 mostra que 38% das empresas listadas atualmente em RJ iniciaram o processo a partir de 2024, reforçando o impacto recente do ambiente de negócios mais hostil. Além das gigantes conhecidas, há também companhias como Coteminas (CTNM4), Springs Global (SGPS3) e Intercement (ICBR3) na lista.

Entre as que encerraram o processo com sucesso estão a Renova Energia (RNEW4), que deixou a recuperação judicial em fevereiro de 2025 após seis anos de negociações com credores, e a Casas Bahia (BHIA3), que concluiu sua recuperação extrajudicial em 2024.

Veja a lista completa:

Empresas listadas na B3 em recuperação judicial

  1. Teka (TEKA3) – 12/11/2012
  2. Petroplus Manguinhos (RPMG3) – 24/01/2013
  3. Hotéis Othon (HOOT4) – 29/11/2018
  4. Bardella (BDLL4) – 31/07/2019
  5. Rodovias do Tietê (RDVT) – 13/11/2019
  6. João Fortes Engenharia (JFEN3) – 29/04/2020
  7. Atma S.A. (ATMP3) – 08/06/2022
  8. Rossi Residencial (RSID3) – 21/09/2022
  9. Paranapanema (PMAM3) – 30/11/2022
  10. Americanas (AMER3) – 19/01/2023
  11. Nexpe (NEXP3) – 14/02/2023
  12. Oi (OIBR3) – 03/03/2023
  13. Light (LIGT3) – 12/05/2023
  14. OSX Brasil (OSXB3) – 23/01/2024
  15. Gol Linhas Aéreas (GOLL4) – 30/01/2024 (nos EUA)
  16. Coteminas (CTNM4) – 09/05/2024
  17. Santanense (CTSA4) – 09/05/2024
  18. Springs Global (SGPS3) – 09/05/2024
  19. AgroGalaxy (AGXY3) – 19/09/2024
  20. InterCement (ICBR3) – 03/12/2024
  21. Bombril (BOBR4) – 10/02/2025

Expectativa é de novos recordes em 2025

Em janeiro deste ano, 162 empresas deram entrada em pedidos de recuperação judicial — o maior número já registrado para o mês. Com a Selic em 14,25% ao ano e a perspectiva de juros ainda elevados nos próximos meses, especialistas não descartam um novo recorde em 2025.

A combinação entre crédito caro, inflação resistente e baixa expansão econômica representa um verdadeiro teste de sobrevivência para as empresas brasileiras, especialmente as mais endividadas”, conclui Alex André.

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