Sindicatos de construtoras de estradas do RS apresentam alternativa ao projeto de pavimentação de cimento

Na manhã de segunda-feira, 17 de março, o engenheiro Luis Henrique Bento Leal, representando o Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem do Rio Grande do Sul (SICEPOT-RS) e a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras e Industrializadoras de Asfalto (ABEDA), realizou uma coletiva de imprensa no Centro Empresarial de Alegrete. O objetivo foi esclarecer questões técnicas sobre os experimentos em andamento na avenida Tiarajú, Zona Leste de Alegrete.

Ação técnica e doação de pista experimental

O SICEPOT-RS e a ABEDA formalizaram à Prefeitura Municipal de Alegrete a doação de uma pista experimental de pavimentação asfáltica com polímero. A iniciativa busca demonstrar soluções para a infraestrutura viária da cidade e responder à tentativa de implementação da pavimentação rígida (concreto de cimento Portland) em vias urbanas sem embasamento técnico adequado.

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Experiências em cidades como Itaqui e Santo Ângelo indicaram falhas na aplicação da pavimentação rígida sem a estrutura necessária, resultando em rachaduras, desnivelamentos e deformações precoces, impactando a durabilidade e os custos de manutenção das vias.

Comparação técnica entre pavimentos

Atualmente, 95% das rodovias e vias urbanas na América do Norte e Europa são pavimentadas com asfalto devido à sua rapidez de aplicação, menor custo de manutenção e flexibilidade estrutural. O pavimento rígido, embora resistente, apresenta custos iniciais elevados e manutenção complexa, sendo mais adequado para aplicações específicas, como aeroportos, pátios industriais e corredores de ônibus.

A pavimentação asfáltica permite a reciclagem total da camada de rolamento ao final da sua vida útil, enquanto o pavimento rígido exige demolição e reconstrução completa. Além disso, a fabricação de cimento e concreto na região sul do Brasil utiliza cinza de carvão mineral, considerado um material de alto impacto ambiental.

Alegrete enfrenta desafios estruturais, como redes antigas de abastecimento de água e necessidade de ampliação da rede de esgoto e distribuição de gás natural. A pavimentação rígida pode dificultar essas intervenções, aumentando os custos e a complexidade das obras futuras.

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Implementação da pista experimental

Para demonstrar, na prática, as vantagens do pavimento flexível, o SICEPOT-RS doou ao município uma pista experimental de 100 metros em asfalto com polímero. Essa pista será comparada com uma pista de 47 metros de pavimentação rígida promovida por grupos ligados ao setor de concreto.

A pista asfáltica contará com:

  • 20 cm de sub-base de macadame;
  • 15 cm de base de brita graduada;
  • 6 cm de concreto betuminoso usinado a quente com polímero.

O projeto será acompanhado por professores especialistas em pavimentação da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), permitindo análises técnicas e acompanhamento acadêmico.

A doação da pista experimental de 100 metros lineares em asfalto com polímero tem como objetivo possibilitar uma comparação prática entre as duas técnicas. A pista será implantada na sequência de um trecho de 47 metros de pavimentação rígida já existente. A estrutura contará com uma sub-base de 20 cm de macadame, uma base de 15 cm de brita graduada e uma camada de 6 cm de concreto betuminoso usinado a quente com polímero.

O projeto conta com o acompanhamento de especialistas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), incluindo os doutores Jaelson Budny, Diego Arthur Hartmann e Alisson Simoneti Milani. Além da pista experimental na avenida Tiaraju, será implantada uma pista para ensaios técnicos dentro da Unipampa, para fins de pesquisa e desenvolvimento acadêmico.

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Compromisso com a engenharia de pavimentação

O SICEPOT-RS e a ABEDA destacam a importância da escolha técnica baseada em critérios científicos e boas práticas da engenharia de pavimentação. A iniciativa busca fornecer informações claras para que a administração pública e a população possam avaliar a melhor solução para as ruas do município, garantindo qualidade e eficiência no uso dos recursos públicos.

Contexto da pavimentação existente

A pavimentação anteriormente existente em frente à Unipampa consistia em um aterro de terra e cascalho local, coberto por uma camada asfáltica de 5 cm, sem sub-base ou base estrutural. Essa pavimentação foi executada há mais de 15 anos.

Esclarecimento técnico à prefeitura

O SICEPOT-RS e a ABEDA emitiram um comunicado oficial ao prefeito Jesse Trindade dos Santos, esclarecendo pontos técnicos sobre pavimentação e alertando sobre a propagação de informações incorretas sobre o tema. O documento reforça a classificação dos pavimentos em rígidos e flexíveis, destacando suas aplicações específicas e implicações para a infraestrutura urbana.

A pavimentação flexível é amplamente utilizada em rodovias, vias urbanas e aeroportos devido à facilidade de manutenção e adaptação a intervenções subterrâneas. Já a pavimentação rígida é recomendada para áreas onde não se preveem escavações futuras e há necessidade de alta resistência estrutural.

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O comunicado destaca que a pavimentação asfáltica pode ser reforçada com aditivos e asfaltos modificados para aprimorar desempenho e durabilidade, sendo considerada uma solução sustentável e economicamente viável para municípios de médio e pequeno porte.

Avaliação acadêmica e técnica

Professores da Unipampa acompanharão o desempenho das duas técnicas implantadas na avenida Tiarajú, avaliando aspectos como resistência, durabilidade e custo-benefício. O monitoramento servirá como base para futuras decisões sobre infraestrutura viária no município.

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