Massacre de Columbine faz nova vítima quase 26 anos depois

O número oficial de mortos no massacre da escola de ensino médio Columbine, no Colorado, nos Estados Unidos, subiu de 13 para 14 este ano, após a morte de Anne Marie Hochhalter em 16 de fevereiro. A vítima, até então considerada sobrevivente do atentado ocorrido em 1999, teve a morte oficialmente classificada como homicídio após mais de 25 anos paralisada da cintura para baixo. 

Estudante à época do crime, Anne Marie se tornou paraplégica após ser baleada no peito e nas costas, aos 17 anos. Obtido pelo jornal The New York Times na quinta-feira (13/3), o relatório de autópsia realizado após a morte dela por sepse — resposta extrema do sistema imunológico a uma infecção — neste ano relacionou o óbito a ferimentos que ela sofreu no massacre. 

“Complicações da paraplegia devido a dois (2) ferimentos à bala são um fator significativo que contribuiu para a morte”, aponta o documento.  

Em 20 de abril de 1999, dois alunos da Columbine High School entraram armados na instituição e mataram 12 colegas e um professor, além de deixarem outras 21 pessoas, dentre elas Anne Marie, feridas. Após o atentado, os assassinos se mataram.  

Hochhalter, que estava no terceiro ano do ensino médio e almoçava com amigos quando o tiroteio começou, foi atingida no peito e nas costas. Os ferimentos a deixaram paraplégica e dependente de cadeira de rodas para locomoção até o fim da vida. 

O irmão dela, Nathan, também estudante de Columbine à época, afirmou, na quinta, segundo o NYT, que não fazia sentido incluir Anne Marie entre as pessoas que morreram no dia do massacre. Ele diz que a irmã se considerava sobrevivente, e não vítima: dirigia, ia ao mercado, frequentava a escola e morou sozinha por vários anos. 

“Ela ganhou 26 anos a mais”, afirmou. “Era muito independente, mas não foram 26 anos fáceis.” 

Anne Marie foi encontrada sem vida na própria casa em 16 de fevereiro. Uma amiga contou ao The New York Times, no mesmo mês, que ela lidava com “efeitos persistentes dos ferimentos”, como úlceras e infecções. 

Em 2016, a então sobrevivente escreveu uma mensagem no Facebook à mãe de um dos atiradores do massacre de Columbine, dizendo que não tinha ressentimentos em relação a ela: “Tem sido uma jornada difícil para mim, com muitos problemas médicos devido à lesão na medula espinhal e uma dor nervosa intensa, mas escolho não guardar amargura contra você”. 

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