Escolhas de vida Kierkegaard

Por Professor Caverna – OPINIÃO

Desde que a gente nasce, somos colocados diante de escolhas. No começo, elas são feitas por outras pessoas: nossos pais escolhem nosso nome, o que vamos vestir, o que vamos comer. Mas, à medida que crescemos, tomamos as rédeas da nossa própria vida. E aí, meu estimado humano, começa o jogo infinito das decisões.

O filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, lá no século XIX, já sacou essa parada. Ele dizia que a vida é feita de escolhas e que, a cada decisão, moldamos quem somos. Para ele, não dá para fugir: escolher é um fardo e, ao mesmo tempo, uma bênção. Afinal, não escolher já é uma escolha. E é aí que mora a grande pegadinha da existência.

Imagina que você está num restaurante self-service. Você olha aquele monte de comida e precisa decidir o que colocar no prato. Parece simples, né? Mas, na vida real, é como se cada escolha fosse um ingrediente que define o sabor da sua história. Pega leve no tempero errado e pode acabar com um prato indigesto. E, segundo Kierkegaard, o grande problema é que a gente nunca sabe exatamente o que vai acontecer depois de decidir. Esse dilema é o que ele chama de “angústia da escolha”. Cada decisão abre uma porta e fecha outra. Escolher seguir um caminho significa renunciar a outro. E é aí que bate aquele medo de fazer a escolha errada. Quem nunca travou ao tomar uma decisão importante, que atire a primeira pedra!

Kierkegaard dividiu a vida em três grandes estágios: o estético, o ético e o religioso. Cada um representa um tipo de escolha que a gente faz ao longo da vida. No Estágio Estético, a galera busca prazer, diversão e evita qualquer coisa que traga sofrimento. É o famoso “deixa a vida me levar”. A pessoa escolhe o caminho mais fácil, sem se preocupar com grandes responsabilidades. O problema? Uma hora bate o vazio, porque viver só no hedonismo não preenche a alma. No Estágio Ético, a pessoa percebe que a vida precisa de sentido. Começa a fazer escolhas mais conscientes, levando em conta valores e princípios. É o estágio da responsabilidade, onde a pessoa para de agir no impulso e começa a pensar nas consequências dos seus atos. Mas, mesmo aqui, ainda há dúvidas e questionamentos. Já no Estágio Religioso, não tem nada a ver com seguir uma religião específica, mas sim com dar um salto de fé. É o momento em que a pessoa aceita que nem tudo pode ser controlado e que, para seguir em frente, precisa confiar na própria jornada. Kierkegaard via isso como o estágio mais elevado, onde a gente finalmente encontra um propósito real na vida.

Se você já se pegou paralisado diante de uma decisão difícil, bem-vindo ao clube! O pensador dizia que a angústia é natural e faz parte do processo. O problema é que muita gente tenta fugir disso. Como? Se agarrando ao conformismo. O famoso “deixa como está para ver como é que fica”. Mas isso é uma cilada! Afinal, não escolher já é, por si só, uma escolha.

Pensa no clássico dilema de carreira: seguir um sonho incerto ou um caminho mais seguro? A resposta nunca é óbvia, porque cada escolha tem consequências. E a real é que não existe uma decisão 100% certa. Sempre vai rolar um risco. O filósofo nos ensina que o segredo não é evitar a angústia da escolha, mas aprender a viver com ela.

Ah, o arrependimento… Quantas vezes a gente pensa “E se eu tivesse escolhido diferente?”. Kierkegaard diz que esse sentimento é inevitável. Sempre haverá caminhos que deixamos de trilhar. Mas o lance não é ficar preso no “e se…”, e sim aprender com cada decisão tomada. A vida é um constante “work in progress”. Escolheu algo e viu que não era o que queria? Beleza, aprende com isso e ajusta a rota. O importante é não viver no automático, deixando que a vida escolha por você. Porque, no final das contas, a nossa identidade é construída pelas escolhas que fazemos.

O Que Podemos Aprender com Kierkegaard? Escolher é inevitável, mesmo quando achamos que estamos evitando uma escolha, já estamos fazendo uma. A angústia faz parte do processo, o medo de errar é normal, mas não deve nos paralisar. Cada escolha define quem somos, não importa se a decisão parece pequena, ela sempre tem impacto. O arrependimento é inevitável, mas não deve nos consumir, o importante é aprender e seguir em frente. Viva com autenticidade, faça escolhas que reflitam quem você realmente é, e não o que os outros esperam de você.

Da próxima vez que se encontrar diante de uma encruzilhada, lembre-se das reflexões de Kierkegaard: a angústia que acompanha cada escolha é o preço da liberdade que nos permite construir uma vida verdadeiramente única e autêntica. Encare cada decisão como um convite à introspecção e à descoberta do que realmente importa.

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Obs. Caro leitor, o objetivo aqui é estimular a sua reflexão filosófica, nada mais! mais nada!

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