Empresas ampliam estratégia com tecnologia e reconfiguração global

Empresas ampliam estratégia com tecnologia e reconfiguração global

A burocracia no comércio exterior brasileiro impõe desafios significativos para as empresas que operam internacionalmente. André Barros, CEO da Ecomex, destaca que a complexidade regulatória exige um planejamento tributário eficiente e o uso de tecnologia.

“Nenhum cliente tem o comércio exterior como atividade-fim, mas para muitos, essa é uma operação crítica”, explica Barros. Ele enfatiza que mudanças regulatórias, como a reforma tributária, podem trazer novas incertezas. “A transição para o novo modelo vai levar uma década, e durante esse período, haverá sobreposição entre os sistemas atuais e os novos, o que mantém a complexidade do setor.”

O impacto da tecnologia no setor também se reflete no controle aduaneiro. “A Receita Federal reduziu as auditorias presenciais, mas aumentou a arrecadação com uso de inteligência artificial. Isso torna fundamental operar dentro das normas para evitar passivos”, afirma Barros.

Turismo corporativo se adapta a novos perfis de viagem

A retomada das viagens a negócios após a pandemia alterou padrões de deslocamento. Gustavo Bernhoeft, CEO da TP Corporate, observa que reuniões rápidas foram substituídas por chamadas virtuais, enquanto as viagens presenciais passaram a ser estratégicas.

“Hoje, atendemos principalmente executivos C-level e stakeholders críticos, cujas viagens estão ligadas a decisões estratégicas”, explica Bernhoeft. Ele também destaca a importância da tecnologia no setor. “A automação dos processos de reserva e gestão de viagens já era tendência, mas a pandemia reforçou a necessidade de um suporte humano confiável em momentos críticos.”

A demanda por viagens internacionais cresceu, especialmente para a China e a Índia. “A reconfiguração do comércio global impulsionou o interesse em novos mercados, exigindo mais suporte para adaptações culturais e linguísticas”, ressalta Bernhoeft.

Investimento imobiliário cresce com estratégia digital

O setor imobiliário tem se adaptado às novas demandas do investidor. André Calil, sócio da Next Realty, explica que sua empresa aposta em networking e relacionamento para atrair investidores. “Nosso modelo é pautado na confiança. Criamos eventos e alimentamos nossa base de investidores para manter esse vínculo.”

A reforma tributária trouxe mudanças que podem influenciar a decisão de onde alocar capital. “Os fundos imobiliários perderam isenções e podem se tornar menos atraentes. Isso pode levar investidores a optar pela compra direta de imóveis”, comenta Calil.

A tecnologia também impacta o setor. “Operamos um modelo de locação de curta temporada, gerido por inteligência artificial, que ajusta preços conforme a demanda”, explica. Esse modelo se aproxima da hotelaria, mas com custos operacionais menores devido à automação.

Guerra fiscal e comércio global: desafios e oportunidades

A reformulação da política tributária brasileira também impacta a concorrência entre estados. “Eu sou a favor da guerra fiscal. Isso permite que estados usem incentivos para atrair investimentos”, afirma Bernhoeft.

No cenário global, as disputas comerciais entre Estados Unidos e China influenciam o Brasil. “Quando os EUA taxam o México, isso afeta indiretamente o Brasil. Mas quando a China retalia, o Brasil pode se beneficiar, desde que tenha produtos competitivos”, observa Barros.

A crescente dependência do Brasil em relação à China preocupa alguns executivos. “A China já é nosso principal parceiro comercial. Se essa relação se ampliar ainda mais, podemos enfrentar riscos de concentração excessiva”, alerta Bernhoeft.

Eventos internacionais impulsionam viagens e negócios

As feiras internacionais continuam sendo essenciais para diversos setores. Bernhoeft destaca que eventos como o NRF (National Retail Federation) e o Person of the Year em Nova York movimentam o turismo corporativo. “Esses eventos exigem planejamento antecipado, pois a demanda por hospedagem e transporte aumenta significativamente.”

O Oriente Médio também se consolidou como um hub de negócios. “Dubai e Doha se tornaram polos para eventos e conferências globais, aproveitando a infraestrutura avançada e localização estratégica”, explica Bernhoeft.

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