PicPay vende mortadela no app

O PicPay, um dos principais bancos digitais do país, chamou a atenção dos usuários nesta última segunda-feira, 10, por veicular um anúncio de mortadela da Seara Gourmet na página principal do aplicativo.

A técnica usada é a de cross-selling em que o anunciante oferece um produto ou serviço complementar ou relacionado ao produto principal diante de benefícios adicionais.

Foto: Luiz Ramalho/LinkedIn

Quem não está muito por dentro do mundo dos negócios, entretanto, não seria capaz de entender a relação entre o PicPay e a Seara sem uma ajudinha.

Acontece que o PicPay é controlado pelo Grupo J&F, dono da JBS, que adquiriu a Seara por R$ 5,5 bilhões em 2013, entrando assim no negócio de vender mortadela, ainda que italiana, gourmet e inspirada nos 471 anos de São Paulo. 

Se o usuário de um aplicativo de banco está interessado em saber sobre oportunidades para comprar mortadela, ou qualquer outra coisa, é pelo menos discutível. 

No Linkedin, o CEO da fintech Magie, Luiz Ramalho, fez uma crítica válida, apontando que a estratégia dos chamados “super apps” dos bancos seria “usar a atenção e o tempo do cliente” para fazer venda cruzada. 

“Quer fazer um Pix? Deixa eu te oferecer um seguro antes.  Quer ver seu saldo? Deixa eu te oferecer um embutido da Seara”, debocha  Ramalho. 

Criada em 2012 por três empreendedores de Vitória, a PicPay foi a primeira empresa de tecnologia do país a oferecer o QR Code para pagamentos instantâneos. 

Em 2024, a receita líquida da companhia atingiu R$ 3,8 bilhões, uma alta de 50% em relação ao ano anterior. Hoje, a empresa conta com 57 milhões de contas ativas e 36 milhões de usuários.

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