Accenture corta metas de diversidade

A Accenture, uma das maiores consultorias do mundo, acaba de entrar para a lista de empresas que estão eliminando suas metas de diversidade após a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos.

A informação foi divulgada pelo Financial Times, que teve acesso a um memorando compartilhado com os colaboradores da companhia e assinado pela CEO, Julie Sweet.

Segundo ela, a nova estratégia enfatiza que as novas mudanças são resultado de uma avaliação contínua das políticas e práticas internas e do cenário atual dos Estados Unidos.

Recentemente, Trump assinou uma ordem executiva instruindo que os prestadores de serviços do governo não deveriam engajar nesse tipo de iniciativa, alegando que causam “discriminação ilegal”.

Agora, a empresa seguirá três diretrizes: o encerramento das metas globais de representatividade criadas em 2017, a descontinuação dos programas de desenvolvimento de carreira para grupos demográficos específicos e a suspensão da participação da companhia em pesquisas externas de benchmarking de diversidade

Originada nos Estados Unidos há 36 anos, a Accenture possui presença global com uma receita de mais de US$ 60 bilhões em 2024 e mais de 774 mil colaboradores.

De acordo com a revista Exame, no Brasil, 45,7% do quadro de colaboradores da empresa é composto por mulheres e 35% por pessoas negras. A comunidade LGBTQIAP+ representa mais de 3,4 mil funcionários.

Em uma postagem encontrada no site da Accenture, Sweet havia dito anteriormente que o “compromisso inabalável com a inclusão e a diversidade desencadeia a inovação e cria uma cultura onde todos sentem que têm oportunidades iguais”. 

No Glassdor, a empresa possui uma avaliação de 4,1 de 5 no quesito diversidade e inclusão.

A Accenture é a primeira das grandes de consultoria empresarial a se alinhar aos novos tempos. Parece uma questão de tempo para PwC, Deloitte, KPMG e EY seguirem a onda. 

A movimentação das grandes empresas de consultoria é importante porque elas são um bom barômetro das tendências do mundo corporativo como um todo. 

No mundo da tecnologia, o Baguete noticiou recentemente que o Google havia avançado na mesma direção, recuando dos programas de diversidade.

Segundo revela o The Wall Street Journal, a empresa está avaliando se continuará divulgando relatórios anuais de diversidade, algo que faz desde 2014. 

Com a decisão, o Google se alinha com outras grandes empresas de tecnologia, que estão encerrando programas do tipo (conhecidos pela sigla “DEI”), no que é visto como um esforço para cumprir as políticas do novo governo Trump sobre o tema. 

Na lista ampla, já estão nomes como Meta, Amazon, Walmart, Ford, John Deere, Harley-Davidson, McDonald’s, Boeing, Molson Coors, Lowes, Jack Daniels e Target.

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