Jovem morto em ação da PM tinha acabado de almoçar com a mãe

O jovem morto com um tiro na cabeça e na perna durante ação da Polícia Militar na comunidade Boa Vista, em São Lourenço, Niterói, foi identificado como Carlos Augusto Nascimento de Souza, de 27 anos. Segundo a família, ele havia acabado de almoçar com a mãe e estava indo na casa da irmã quando foi atingido pelos disparos.

“Ele estava lá em cima na casa da nossa mãe, ele havia acabado de almoçar com ela, pois ele não tem fogão na cozinha dele, estava conquistando as coisas agora. Ele estava batendo no portão para entrar, quando os policiais chegaram atirando. Meu irmão foi baleado na cabeça e na perna direita. Ele só queria entrar pra casa. Por que fizeram isso com ele?”, perguntou Roberta de Souza.

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Os familiares relataram ainda de que foram impedidos pelos policiais de socorrer Carlos Augusto.

“Os policiais não deixaram a gente ver ele, não deixaram nem a minha irmã sair de casa. Só quando mais moradores foram chegando que ela conseguiu sair de casa”, contou Roberta.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros do quartel de Niterói foi acionada às 15h11, para a ocorrência que aconteceu na Rua Indígena. Carlos Augusto precisou ser levado às pressas para o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, já que seu estado era grave. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu por volta das 18h. Com a notícia do falecimento, a mãe precisou ser atendida na mesma unidade de saúde já que passou mal.

Revoltados com a situação e clamando por Justiça, familiares e moradores da comunidade realizaram um protesto durante a noite na Avenida Marquês do Paraná, no Centro, próximo ao 12º BPM. A via chegou a ser fechada na pista sentido São Gonçalo, já que objetos foram queimados.

O caso é acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Niterói.

“Estamos indignados com a violência policial que atinge nosso povo preto e pobre nesse estado. Quantos mais de nós teremos que pagar por essa guerra que nunca acaba? O Estado brasileiro atirando ao ar livre na hora em que crianças e mulheres andam pela comunidade. Nosso mandato foi ao encontro da família e dos moradores. Estamos acolhendo a família e não iremos descansar até que seja feita justiça”, disse Benny Briolly, presidenta da comissão.

A Polícia Militar foi procurada, mas até a publicação desta matéria, não havia respondido nenhum questionamento.

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