Dor de cabeça? Mãe descobre doença terminal no filho e alerta para sintomas

Aos 15 anos, Ethan Treharne voltou para casa após um fim de semana em um programa de educação reclamando de uma dor de cabeça. Seus pais, Nikki e Justin, acreditaram que ele estava apenas cansado e desidratado pelas atividades ao ar livre. Dois dias depois, porém, a situação piorou.

Naquela quarta-feira, Ethan enviou uma mensagem ao pai da escola: “Pai, preciso de uma consulta médica. Não consigo encontrar minhas palavras e meu rosto está estranho”. O médico encaminhou o adolescente diretamente para uma tomografia, que revelou uma massa no lobo frontal direito. Na mesma noite, ele foi transferido para um hospital em Southampton, na Inglaterra, para uma cirurgia de emergência.

O diagnóstico veio avassalador: glioblastoma grau 4, um dos tipos mais agressivos de câncer cerebral. “Éramos uma família comum, feliz e saudável. Nunca imaginamos que algo assim pudesse acontecer”, relembra Nikki, hoje com 53 anos.

Tratamento brutal e sem chances de cura

De acordo com o tabloide britânico Mirror, Ethan passou por três craniotomias, sendo mantido acordado durante a última. Sua rotina incluía quimioterapia, radioterapia e esteroides, que o deixavam exausto e debilitado. “O tratamento foi devastador. É ultrapassado, cruel e causa mais danos do que benefícios. Mas que escolha tínhamos?”, desabafa a mãe.

Os efeitos colaterais foram severos: convulsões diárias, perda de cabelo, doenças constantes e inchaço facial causado pelos esteroides. “Os esteroides destroem a autoestima. O rosto de Ethan mudou tanto que ele mal se reconhecia”, conta Nikki. Em busca de alternativas, a família viajou para a Alemanha para tratamentos não disponíveis no Reino Unido para menores de 18 anos. Nada foi suficiente para deter a doença. Aos 17 anos, Ethan faleceu, deixando um vazio irreparável na família. “Nunca superamos a perda de um filho. Eu também não sobrevivi: a pessoa que eu era antes se foi”, diz Nikki.

Uma luta por esperança

Transformando a dor em luta, Nikki ajudou a criar o grupo de apoio The Angel Mums, que ampara pais que perderam filhos para tumores cerebrais. “Ninguém entende essa dor como nós. Nos apoiamos em datas significativas, desabafamos sobre o que os outros não compreendem e, acima de tudo, mantemos viva a memória dos nossos filhos”, explica.

Ela também se tornou uma voz ativa na defesa por mais financiamento para a pesquisa do câncer cerebral. “É a principal causa de morte por câncer em crianças e adultos jovens, mas recebe a menor fatia de investimento. O tratamento não mudou em 30 anos e tem apenas 7% de chance de fazer alguma diferença. Isso precisa mudar.”

Uma das suas principais reivindicações é que a conservação de tecido tumoral seja um procedimento padrão durante as cirurgias. “Isso é essencial para o avanço da imunoterapia. Outros tipos de câncer tiveram avanços enormes. Precisamos dar essa esperança também para quem enfrenta tumores cerebrais”, finaliza.

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